Ricardo Boechat, âncora das emissoras BandNews FM 96.9 de São Paulo (e rede) e da TV Bandeirantes, participou do segundo painel do 16º Congresso Catarinense de Rádio e Televisão, que foi realizado em Florianópolis. Boechat destacou o posicionamento da mídia brasileira perante o conturbado momento político brasileiro e como isso foi percebido pela sociedade. O rádio também foi destaque, meio que possui mais "demandas humanas do que políticas", segundo o jornalista, que apresentou o jornal da BandNews FM para a rede direto do Costão do Santinho, onde foi realizado o congresso.
Boechat destacou que o rádio cria uma intimidade maior com o público, aproximando o meio de comunicação e a população. As emissoras e os profissionais da área convivem diariamente com "demandas humanas" como histórias pessoais e pedidos de ajuda do cotidiano do ouvinte, que entra em contato com os profissionais em diferentes situações. O jornalista citou vários exemplos que ocorrem diariamente na BandNews FM, acreditando que seja algo que ocorra também em outras estações.
O painel que contou com Boechat tinha como objetivo discutir o papel do jornalismo perante a sociedade. Neste caso, o jornalista criticou a postura da mídia perante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, destacando que a "neutralidade" da cobertura jornalista não foi percebida pela sociedade. Boechat acredita que a relação entre a mídia e a sociedade está em crise, porém pode ser reatada em breve, conforme as expectativas em torno do novo governo não sejam superadas pela população e a mídia acompanhe esse novo cenário no país.
O jornalista também destacou situações curiosas, como um mesmo comentário sobre a situação política pode ser interpretado pela audiência como a favor e contra o governo. A polarização que existiu entre a população brasileira durante o processo de impeachment tornou comum esse tipo de interpretação do público, que passa a criticar os jornalistas pelo suposto posicionamento do comentário.
Por fim, respondendo à pergunta do público, Boechat acredita que a interpretação dos motivos que levaram o formato da cobertura da mídia perante o processo de impeachment cabe a qualquer pessoa, que pode ter as suas próprias conclusões. Segundo ele, pode se afirmar que foi voltada a atender uma "vontade da maior da população brasileira", mas também para qualquer outra situação ou interesse dos veículos.